sábado, 27 de julho de 2019

Comportamento Tóxico



Há mais de trinta anos lidando com pessoas num contexto bem particular onde envolve relacionamentos e espiritualidade, posso dizer que já vi os mais variados tipos de comportamentos. Porém hoje me vi pensando num tipo específico, o tóxico. Ou seja, aquele que faz mal, o comportamento nocivo, que causa dano.

As minhas conclusões não são científicas, são empíricas. Baseadas na minha observação ao longo desses trinta anos, baseadas na minha experiência de liderar pessoas num ambiente específico e diga-se, cristão. Sim, eu sei o peso dessa palavra, porém não posso e nem devo me esquivar dela, por mais comprometedora que seja.

A primeira conclusão que chego, é que não há como evitar os comportamentos tóxicos. Podemos aprender a lidar, esse é outro assunto, porém evitar é impossível. A segunda conclusão que chego é que eles obedecem uma certa simetria, existem pouquíssimos casos que fogem dessa similaridade, pelo menos na minha observação. E terceiro lugar, é possível sim detectar o comportamento nocivo quase imediatamente. Na verdade, costumo dizer que essas pessoas não falam simplesmente, mas sim emitem gases nocivos a saúde pública, tal a toxidade que se encontra em cada palavra, gesto ou intenção. Sabe aquela pessoa que chega perto de você e dá vontade de colocar uma máscara filtradora de impurezas?  Na verdade, mentalmente eu coloco. Criei uma capacidade de olhar pra pessoa, e desligar meu cérebro por alguns instantes, nem sempre eu consigo, é claro!

Normalmente são arrogantes e gananciosas. Seus valores são baseados no TER, e julgam as pessoas pela aparência, pelo que vestem, pelo que consomem. Não há uma única conversa em que o assunto não passe pelo consumo. Normalmente não "perdem" tempo com pessoas que julgam "menores", e se deslumbram facilmente com pessoas que julgam "maiores".

São invejosas, egoístas e fofoqueiras. Estão sempre destruindo a imagem do outro com comentários perniciosos. E pasmem, já presenciei várias vezes, a pessoa destrói com maledicência até mesmo aqueles que ela considera "amigo". É muito bizarro! Nunca estão felizes com o que tem, na verdade querem ostentar o que tem, mas não se realizam com as conquistas, nem materiais e nem emocionais.

Julgadoras por excelência. Estão sempre colocando as pessoas numa balança imaginária... ai de quem está no prato mais pesado, é a vítima do dia, da semana, ou quem sabe de uma vida inteira. Não se trata aqui do julgamento baseado em dados ou experiências, mas sim no julgamento superficial e raso, afinal quase sempre são péssimos ouvintes, então é fácil concluir aleatoriamente e julgar.

Nunca se desculpam. Talvez esse seja o comportamento mais específico que tenho observado ao longo dos anos. Criam todo tipo de situação nociva, magoam, julgam, excluem pessoas sem nenhuma razão específica, deixam um rastro de veneno por onde passam, e ainda assim nunca, absolutamente nunca são capazes de reconhecer seus erros e se desculpar. Pelo contrário, acreditam que o outro que deve desculpas.

Tenho que ser absolutamente racional, vez ou outra todos nós temos comportamento tóxico. Aquela maldade premeditada, ou aquele comentário atravessado que diminui o outro.  Porém a diferença é que ficamos envergonhados, e somos tomados por um sentimento de mal estar por causar mal ao outro. Enquanto o nocivo crônico sequer para pra pensar o quanto é maldoso, maledicente e invejoso.

Só nos resta tentar desviar do comportamento tóxico. Como disse o sábio Salomão, "Os maus provocam discussões, e quem fala mal dos outros separa os maiores amigos."





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“Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar.” (Clarice Lispector) Tenho algumas paixões, como livros, filmes, viagens e... tecidinhos. Tenho alguns amores... meu marido e meus filhos. Tenho um único Deus, e sirvo somente a Jesus Cristo. Flor de Baunilha é o meu particular mundo do Patchwork e afins. Alecrim com Canela, meu mundo de especiarias e aromas. 56 Fragmentos, minhas viagens, um pouco de tudo e muito de nada.